segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Impressionismo

A impressão do momento
     O nome Impressionismo, como tantos outros exemplos na História da Arte (os termos gótico ou maneirismo, por exemplo), inicialmente teve um cunho pejorativo.
     Foi um rótulo colocado ao trabalho de um grupo de artistas que, de acordo com os críticos da época, acreditavam na impressão do momento como algo tão importante que se bastava por si mesa, dispensando as técnicas tradicionais acadêmicas.
     Esses artistas realizaram inúmeras exposições em Paris entre 1874 e 1886, porém, sua aceitação pelo público foi lenta e sofrida, pela incompreensão ao trabalho realizado.
     Ridicularizados inicialmente pela crítica por não seguirem a tradição pictórica que vinha sendo solidificada desde o renascimento, acabaram por, paulatinamente, obter o respeito e aceitação de suas “novas técnicas“ por parte do público. E, como acontece em muitas ocasiões, a crítica foi a reboque dos acontecimentos.
A busca da imagem
ao natural
     Os objetos retratados ao ar livre, sob a luz natural, eram bastante valorizados pelos impressionistas. O volume e solidez, características que a pintura tradicional pregava como fundamentais para uma obra de arte existir, começaram a ser desrespeitados, abrindo caminho para as vanguardas estéticas do Século 19.
     Quanto à fidelidade com o objeto retratado, não se pode dizer que os impressionistas não a desejassem, mas buscavam essa fidelidade à sua maneira.
     Com efeito, os impressionistas faziam suas pinturas fora das convenções artísticas, mas, de preferência, sob os efeitos do olhar e das mudanças da luz diária.
     Nesse sentido pode-se dizer que são descendentes do Realismo. As cores eram de fundamental importância para o grupo, elemento extremamente expressivo em sua arte.
A importância do pincel na
formulação da obra
     A frescura da impressão que um objeto causava ao artista deveria ser captada pelas pinceladas. Os objetos retratados seriam aqueles percebidos pela visão como paisagens, retratos, cenas do cotidiano.
     Duas influências foram fundamentais para o movimento: as estampas japonesas que popularizam-se na Europa no final do Século 19, com seu desrespeito à perspectiva e às normas de composição da academia ocidental - suas formas repletas de vida encantavam os impressionistas - e a invenção da fotografia.
Monet e Pissarro
     Claude Monet (1840 - 1926) é considerado o fundador do Impressionismo. São famosas suas pesquisas em cima dos ideais impressionistas, como a representação de um objeto em diferentes horas do dia e sob diferentes luzes.
     Camille Pissarro (1831 - 1903), com sua ênfase no método e o forte efeito que seus quadros exprimem, por terem sido executados quase que acidentalmente, foi outra grande influência para importantes nomes impressionistas.
     Foi um dos pintores que mais ajudou, com sua obra e formulações teóricas, a aceitação por parte da opinião pública do conceito de que a visão do artista interfere na percepção da obra.
     Um bom exemplo de seu trabalho pode ser dado por “O Boulevard des Italiens, Manhã de Sol“, com suas figuras indistintas.
Mulheres na pintura
impressionista
     Berthe Morisot e Mary Cassat eram as duas mulheres que faziam parte do grupo impressionista.
MORISOT (Berthe), pintora francesa (Bourges, 1841 - Paris, 1895), cunhada de Manet. Praticou um impressionismo elegante.
CASSATT (Mary), pintora e gravadora norte-americana (Pittsburgh, 1844 - Le Mesnil, França, 1926). Radicada em Paris, foi amiga de Degas, que a orientou. Juntou-se aos impressionistas da escola de Paris e ganhou reputação internacional.
     Acredita-se que tenha sido Morisot quem levou Edouard Manet, seu cunhado, ao Impressionismo. É exemplo da obra de Morisot, a “Vista de Paris do Trocadero“, em que retrata a cidade baseando-se na vista de cima.
     Cassat, por sua vez, era uma das artistas do conjunto cuja influência das estampas japonesas era mais nítida em seu trabalho. Seus trabalhos versavam sobre temas domésticos, tratados de forma simples e direta. “O Banho“ é uma boa amostra deles.
Renoir e Degas
     Pierre Auguste Renoir e Edgar Degas são outros dois importantes nomes do movimento.
     Merece citação especial o nome de Édouard Manet (1823 - 1883), que, apesar de nunca ter exposto com os impressionistas, realizava algumas de suas pinturas obedecendo a esse estilo.
     Sua carreira passou por diversas fases e costuma ser considerado tanto um pintor impressionista como realista.
     Antes de os impressionistas começarem a expor, Degas já havia quebrado as regras de pintura acadêmica, obtendo aceitação da crítica um pouco antes de seus companheiros.
     Sua obra “O Balcão“, com damas de cabeças quase que planas, valorizando as imagens como realmente percebidas pelo olhar e não como deveriam ser tecnicamente, chocou inicialmente a opinião pública, quando exposta, em 1869.
Além das fronteiras
     Além da França, o Impressionismo acaba se espalhando por outros países. Destaques são americanos como Childe Hassam (1859-1935), Maurice Prendergast (1859-1924) e James Abbott McNeill Whistler (1834-1903), este último, um dos primeiros artistas ocidentais a perceber o valor das estampas japonesas.
WHISTLER (James), pintor norte-americano (Lowell, 1834 - Londres, 1903). Autor de retratos e quadros de estilo próximo ao dos impressionistas.
     Além disso, o Impressionismo foi ponto de partida para inúmeros artistas desenvolverem seu estilo próprio. Exemplos podem ser dados por Toulouse-Lautrec, Van Gogh e Paul Cézanne.
Fontes: Enciclopédia Digital Master.
              Enciclopédia Koogan-Houaiss.